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sábado, 28 de janeiro de 2012

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quinta-feira, 31 de março de 2011

encantado

Rei Dom Sebastião


Quanto ao rei Sebastião, refere-se a um personagem cujas origens remontam a Portugal. Trata-se do mesmo rei D. Sebastião que morreu durante a batalha de Alcácer-Quibir, na segunda metade do século XVI, na luta contra os mouros do norte da África e cuja morte precoce foi uma das razões que levaram Portugal a cair sob o domínio da Espanha, em 1580.
Esse domínio estendeu-se por sessenta anos, até 1640, gerando, em Portugal, uma lenda segundo a qual D. Sebastião não morrera, mas se encantara, devendo em breve retornar à Europa com seus exércitos para libertar seu povo do domínio estrangeiro. Essa lenda gerou concepções de caráter messiânico em Portugal (o chamado sebastianismo), que duraram muitos anos, como é bem sabido, resultando em influências na literatura portuguesa do período. Mesmo depois de terem perdido sua importância em Portugal, essas idéias continuaram bem vivas no Brasil, estando presentes, por exemplo, em movimentos de caráter messiânico, como o episódio de Canudos, no Nordeste (cf. Cunha, 1995). Na região do Salgado se fala em três "moradas" do rei Sebastião. A primeira delas, certamente a mais falada, é a ilha de Maiandeua, no município de Maracanã, onde se situam a praia e o lago da princesa, que é a filha do rei. Trata-se de uma belíssima ilha, de acesso não muito fácil, mas com várias praias, sendo freqüentada por turistas. A segunda, menos famosa, é a ilha de Fortaleza, no município de São João de Pirabas, de acesso ainda mais difícil, onde existe a "pedra do rei Sabá" e o "coração da princesa". Quando visitei essa ilha, em 1986, nela só existia uma casa, de um comerciante da sede do município que ali passava períodos de lazer. A pedra, no entanto, era muito visitada. Trata-se de uma pedra comum, que tem mais ou menos um metro de altura, mas que, de longe, no ponto da praia onde chegam as embarcações, parece a figura de um homem moreno sentado. Próximo a essa pedra, fica uma outra, de cor branca, deitada sobre a areia da praia, em forma de coração. A pedra do rei Sabá é objeto de culto dos adeptos do catolicismo, da pajelança e dos cultos de origem africana. Ela está sempre cheia de velas, fitas do tipo das que se colocam em santos, e oferendas de toda sorte, sobretudo bebidas alcoólicas e tabaco. Percebi que muitas pessoas confundem o rei Sabá com o santo católico São Sebastião e fazem promessas a ele, que são pagas com as oferendas, que também são ali colocadas por adeptos da umbanda, por exemplo. Mas a ilha de Fortaleza é também uma "ilha encantada", como a de Maiandeua. O mesmo acontece com a ilha dos Lençóis, no litoral do Maranhão, que é menos referida ainda na região do Salgado: esta é a terceira morada do rei Sebastião. Para seus moradores, entretanto, a ilha dos Lençóis é a mais importante morada do rei (cf. Braga dos Santos, 1983 e Posey e Braga dos Santos, 1985). A idéia messiânica de um possível desencantamento do rei Sebastião está sempre presente na região do Salgado, entre as populações rurais. A lenda que expressa melhor essa idéia, contada em várias versões, refere-se à aparição de filha do rei a um pescador, na ilha de Maiandeua, pedindo que ele a desencante. Se isso acontecer, ele terá como recompensa casar com a princesa. Além disso, caso isso aconteça, as cidades dos encantados aflorarão à superfície, enquanto todas as nossas cidades irão para o fundo, estabelecendo-se, a partir daí, o governo do rei Sebastião sobre o mundo. Para desencantá-la, ele terá, como no caso do desencantamento de Cobra Norato, de cortar o couro da cobra em que a princesa se transforma, com uma faca virgem, até provocar sangue. Ocorre que, em todas as versões que ouvi, o pescador sempre falha, sentindo-se apavorado com a presença daquela enorme cobra. Ao fugir, ainda ouve um lamento: "Ah, ingrato, redobraste meus encantes!". Na região do Salgado o rei Sebastião é visto como o rei de todos os encantados. Há uma outra lenda, também narrada em várias versões, que trata de uma disputa entre os dois grandes encantados, o rei Sebastião e Cobra Norato, em que este foi derrotado e, em algumas versões, morto pelo rei. A partir desse episódio é que o rei Sebastião passou a ser o mais importante de todos os encantados da região. Segundo os relatos de meus informantes, em muitas sessões de pajelança o rei Sebastião se incorpora nos pajés mais notáveis, vindo com o objetivo de curar as doenças de seus pacientes.

quarta-feira, 30 de março de 2011

LEGUÁ BUGI BUA

Légua Bogi Buá uma pequena história de muita sabedoria


Em Codó, onde se diz que o caboclo “Brada” mais alto, afirma-se que aquela categoria de encantado é comandada por Légua Buji Buá, que se intitula filho de Pedro Angaço e Rainha Rosa. Santa Bárbara tem sido proclamada protetora dos terreiros de Mina do Maranhão. Ela valoriza estes caboclos boiadeiros, comparando-os.
Seu Légua vem de uma região do Maranhão chamada Codó, município situado no cerrado maranhense e na bacia do rio Itaperucu. É uma localidade reconhecida por seus terreiros, por ser uma região quilombola ligado ao terecô, ao tambor da mata, relacionada mais com os caboclos e a prática da magia negra.
Entre os encantados mais importantes está ele, Légua Bogi Buá.
Codó, também conhecida como capital da magia negra. Falar desta entidade, de sua família e dos seus dois lados (“banda branca” e banda “preta” – bem/mal) como sempre é dito pelo caboclo Lauro Bogi Buá (da família de “Légua”) que e falar a seguinte frase:
“Eu sou Lauro Bogi Buá, uma banda branca e outra preta, metade de Deus e metade do diabo”. Há diversos mitos de como e quando Légua Bogi chegou a essa região, tanto quanto em relação a sua família e seu comportamento dentro dos terreiros.
(...) Na casa de Jorge, Légua Bogi é jovem, brincalhão meio rude e desbocado, tem numerosos amigos, gosta muito de bebida alcoólica e da brincadeira de Bumba-Boi. Em Codó, no salão de dona Antoninha, ouvimos falar dele como o encantado mais velho do mundo, como filho desobediente (Maria dos Santos) e como um preto velho angolano (dona Antoninha) (...) Em Viana (Maranhão), Légua Bogi é visto pelos médiuns (que tem vidência) como um preto-velho que usa chapéu, parecido com o falecido artista nordestino Luiz Gonzaga. Algumas pessoas o vêem caminhando na cidade; outras, andando sobre as águas do mar, sem afundar. Mas, conforme o curador e “mineiro” Rogério, Légua também aparece a eles como um boi preto, com uma estrela brilhante na testa, que ameaça “parti pra cima” do médium que não cumprir suas obrigações para com ele. Légua Bogi é um dos encantados mais antigos de Codó, mas a família de Légua entrou ali quando já havia acabado a euforia do algodão, e ele veio como um dos “filhos do gado”, daí porque aparece com chapéu de couro e rebenque. Segundo o mesmo informante, em São Luís, eles “aportaram” no início do século XX como uma família já constituída e foram trazidos por Maximiana e por migrantes do Mearim e Codó.
Quando o caboclo Légua Bogi está incorporado sempre se refere ao lugar de onde veio: Codó. A ligação com essa região é relacionada no momento do transe, onde a entidade faz uma ponte entre o Estado que se encontra no momento do transe e Codó (MA).

LEONESA DO CODÓ

Dona Lionesa Boji Bua Assussena da Trindade, também somente conhecida como Lionesa do Codó, ou Boiadeira Lionesa. É uma das agregadas mais antigas da familia de Légua, agregada pelo fato de ter se hospedada na familia de Légua, sua história perpassa pela familia de portugueses nobre. Mais o restante por enquanto somente por E-mail, deixe-nos seu e-mail e responderei na integra sua duvida. Só para alegrar, segue abaixo

o leonesa , leonesa  (bis)
boiadeira do codó, É leonesa (bis)

linhagem dos encantados


Os encantados não são espíritos desencarnados; são pessoas, ou até animais, que viveram mas não chegaram a morrer, sofreram antes a experiência do encantamento e foram morar no invisível. De vez em quando saem de lá, pegam carona na asa do vento e vêm à terra, no corpo dos iniciados, para dançar, dar conselhos, curar doenças, jogar conversa fora e matar as saudades do povo que continua por aqui.

Descem pela Croa* (cabeça) cada um com seu respectivo gênio, com sua formalidade. Dividios em famílias, que entre as quais são classificadas desta forma:

1. Família do Lençol: O nome é uma referência à Praia do Lençol, onde se acredita teria vindo parar o navio do Rei Dom Sebastião, desaparecido na Batalha de Alcacequibir. É uma família de reis e fidalgos, denominados encantados gentis. Dona Jarina é a princesa encantada do Lençol que dá nome a vários terreiros de mina, como por exemplo a Casa das Minas de Tóia Jarina em São Paulo. Seus principais componentes são:
a) Os Reis e Rainhas: Dom Sebastião, Dom Luís, Dom Manoel, Dom José Floriano, Dom João Rei das Minas, Dom João Soeira, Dom Henrique, Dom Carlos, Rainha Bárbara Soeira;
b) Os Príncipes e Princesas: Príncipe Orias, João Príncipe de Oliveira, José Príncipe de Oliveira, Príncipe Alterado, Príncipe Gelim, Tói Zezinho de Maramadã, Boço Lauro das Mercês, Tóia Jarina, Princesa Flora, Princesa Luzia, Princesa Rosinha, Menina do Caidô, Moça Fina de Otá, Princesa Oruana, Princesa Clara, Dona Maria Antônia, Princesa Linda do Mar, Princesa Barra do Dia;
c) Os Nobres: Duque Marquês de Pombal, Ricardinho Rei do Mar, Barão de Guaré, Barão de Anapoli. As cores da família são azul e branco para os encantados femininos e vermelho para os encantados masculinos.

2. Família da Turquia: Chefiada pelo Pai Turquia, rei mouro que teria lutado contra os cristãos. Vindos de terras distantes, chegaram através do mar e têm origem nobre. Seus principais componentes são: Mãe Douro, Mariana, Guerreiro de Alexandria, Menino de Léria, Sereno, Japetequara, Tabajara, Itacolomi, Tapindaré, Jaguarema, Herundina, Balanço, Ubirajara, Maresia, Mariano, Guapindaia, Mensageiro de Roma, João da Cruz, João de Leme, Menino do Morro, Juracema, Candeias, Sentinela, Caboclo da Ilha, Flecheiro, Ubiratã, Caboclinho, Aquilital, Cigano, Rosário, Princesa Floripes, Jururema, Caboclo do Tumé, Camarão, Guapindaí-Açu, Júpiter, Morro de Areia, Ribamar, Rochedo, Rosarinho. São encantados guerreiros e sua cantigas falam de guerra e batalhas no mar. Dizem que nasceram das ondas do mar. Alguns dos encantados turcos têm nomes que lembram postos de guerra ou de marinheiro, outros, nomes indígenas. Algumas dessas entidades, como na Família do Lençol, estão ligadas às narrativas míticas das Cruzadas e das guerras de Carlos Magno, muito presentes na cultura popular maranhense. São suas cores: verde, amarelo e vermelho.

3. Família da Bandeira: Família de guerreiros, caçadorese e pescadores chefiada por João da Mata Rei da Bandeira, tendo como componentes Caboclo Ita, Tombacé, Serraria, Princesa Iracema, Princesa Linda, Petioé, Senhora Dantã, Dandarino, Caboclo do Munir, Espadinha, Araúna, Pirinã, Esperancinha, Caboclo Maroto, Caçará, Indaê, Araçaji, Olho d’Água, Espadinha, Jandaína, Abitaquara, Jondiá, Longuinho, Vigonomé, Rica Prenda, Princesa Luzia, Princesa Linda, Tucuruçá, Beija-Flor, Jatiçara, Pindorama. São encantados nobres e mestiços. Suas cores: verde, branco, amarelo e vermelho.

4. Família da Gama: São encantados nobres e orgulhosos. Seu símbolo é uma balança. São os encantados: Dom Miguel da Gama, Rainha Anadiê, Baliza da Gama, Boço Sanatiel, Boço da Escama Dourada, Boço do Capim Limão, Gabriel da Gama, Rafael da Gama, Jadiel, Isadiel, Isaquiel, Dona Idina, Dona Olga da Gama, Dona Tatiana, Dona Anástácia. Cores: vermelho e branco.

5. Família de Codó ou da Mata de Codó: Município do interior do Maranhão, Codó é um importante centro de encantaria do tambor-de-mina. Seus caboclos, em geral negros, têm como líder Légua-Boji. Segundo Mundicarmo Ferretti, “são entidades caboclas menos civilizadas e menos nobres, que vivem, geralmente, em lugares afastados das grandes cidades e pouco conhecidos e que costumam vir beirando o mar ou igarapés.” São eles: Zé Raimundo Boji Buá Sucena Trindade, Joana Gunça, Maria de Légua, Oscar de Légua, Teresa de Légua, Francisquinho da Cruz Vermelha, Zé de Légua, Dorinha Boji Buá, Antônio de Légua, Aderaldo Boji Buá, Expedito de Légua, Lourenço de Légua, Aleixo Boji Buá, Zeferina de Légua, Pequenininho, Manezinho Buá, Zulmira de Légua, Mearim, Folha Seca, Maria Rosa, Caboclinho, João de Légua, Joaquinzinho de Légua, Pedrinho de Légua, Dona Maria José, Coli Maneiro, Martinho, Miguelzinho Buá, Ademar. Cores: mariscado de Nanã, marrom, verde e vermelho.

6. Família da Baia: São os caboclos baianos também popularizados através da umbanda, mas o tambor-de-mina não os reconhece como originários do Estado da Bahia, mas de uma baia no sentido de acidente geográfico ou de um lugar desconhecido existente no mundo invisível. São eles: Xica Baiana, Baiano Grande Constantino Chapéu de Couro, Mané Baiano, Rita de Cássia, Corisco, Maria do Balaio, Zeferino, Silvino, Baianinho, Zefa e Zé Moreno. Brincalhões e muito falantes, os baianos mostram-se sensuais e sedutores, às vezes inconvenintes. Cores: verde, amarelo, vermelho e marrom.

7. Família de Surrupira: Família de caboclos selvagens, como índios. Feiticeiros e “quebradores de demanda”: Vó Surrupira, Índio Velho, Surrupirinha do Gangá, Marzagão, Trucoeira, Mata Zombana, Tucumã, Tananga, Caboclo Nagoriganga, Zimbaruê.

8. Outras famílias de encantados: Família do Juncal, de origem austríaca; Família dos Botos; Família dos Marinheiros, cujo emblema é uma âncora e um tubarão; Família das Caravelas, que são peixes do oceano e não devem ser confundidos com a embarcação; Família da Mata, à qual pertencem muitos caboclos cultuados também na umbanda, como Caboclo Pena Branca, Cabocla Jacira, Cabocla Jussara, Sultão das Matas, Caboclinho da Mata, Caboclo Zuri e Cabocla Guaraciara.

Por. Adriano Figueiredo Leite - Presidente da ACALUZ
Pesquisa. Diego Bragança de Moura - Historiador da ACALUZ

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A CIDADE
Localiza-se no leste maranhense. A sua localização faz com que a cidade seja cortada pela BR-316 e a linha ferroviária São Luís - Teresina que segue até Fortaleza e serve de principal porta de escoamento da produção agroindustrial. A cidade apesar de estar no estado do Maranhão é muito mais ligado a capital piauiense Teresina pela proximidade de apenas 120 quilômetros.Tem no seu carnaval a principal festa, famoso por começar uma semana antes da data oficial atraindo pessoas de toda a redondeza principalmente Teresina e São Luís que procuram um carnaval animado e sem violência. A cidade também conta com vários canavais fora de época estando entre os principais: Micarecodó, Codó Folia e o famoso Cornofolia.O início do povoamento de Codó data do ano de 1780, sendo um dos seus primeiros exploradores o agricultor Luís José Rodrigues. Antigo armazém de mercadorias, situado às margens do rio Itapecuru, foram fatores importantes para o seu desenvolvimento as atividades agrícolas mantidas pelo rico senhores da aristocracia rural maranhense e por agricultores portugueses instalados na Colônia Petrópolis, numa iniciativa de Francisco Marques Rodrigues. Decisiva também para o seu crescimento foi a imigração de sírios e libaneses, a partir de 1887.O povoado de Codó foi elevado à categoria de vila por meio de Resolução Régia, assinada no dia 19 de abril de 1833. Através da Lei estadual n°13, sancionada pelo governador Alfredo de Cunha Martins, no dia 16 de abril de 1896, passou à condição de cidade.
O QUE É TERÊCÔ????É a conceituação empregada à religião afro-brasileira, advinda da África do Sudão Setentrional e iniciou-se, aqui no Brasil, no povoado codoense de Santo Antônio dos Pretos Além de claro, ser muito difundido em outras cidades maranhense e na capital São Luís, essa religião também é encontrada em outros estados brasileiros, integrada ou que deu origens a outras derivações religiosas. Em Codó desde há muito que alguns terecozeiros ficaram também famosos por realizarem trabalhos de magia por solicitações de clientes ávidos por vinganças, de políticos ou de pessoas dispostas a pagar por eles elevadas somas o que lhe valeu fama de Cidade da Macumba, terra de feitiço. No Terecô são praticadas ações terapêuticas, onde os terecozeiros associam à sabedoria herdada de velhos africanos, somados aos feiticeiros indígenas, juntando-se á feitiçaria européia e que também apóiam no tambor de mina, na umbanda e quimbanda que se encontram em expansão no município de Codó. Como citamos acima sobre as características da cidade e da religião, as quais se igualam: no Terecô se misturou às heranças dos índios a feitiçaria; dos afros as ações terapêuticas; somado a feitiçaria dos brancos europeus. Temos que evidenciar que em toda seqüência humana existem os bons e os ruins não seria no Terecô o contrário!